Saiba tudo sobre o diabetes
Próximo ao Dia Nacional do Diabetes, médica de família Daniela Rodrigues esclarece as características da doença
Segundo dados divulgados pela Federação Internacional de Diabetes (IDF) no Atlas Global de 2025, 589 milhões de adultos, entre 20 e 79 anos, vivem com diabetes no mundo, sendo 16,6 milhões no Brasil. A doença crônica, caracterizada pela falta de insulina e/ou da sua incapacidade em exercer adequadamente seus efeitos, gerando altas taxa de açúcar no sangue (hiperglicemia), apesar de não ter cura, pode ser controlada e, em muitos casos, evitada.
Conhecer as características dessa síndrome, a razão da exigência de controle e as práticas que podem evitar o seu desenvolvimento são as melhores formas de reverter os números alarmantes. Próximo ao Dia Nacional do Diabetes (26), a médica de família Daniela Rodrigues, da rede de clínicas Meu Doutor Novamed, da Bradesco Seguros, esclarece todas as dúvidas.
São três os principais tipos de diabetes: o diabetes tipo 1 (DM1), o tipo 2 (DM2) e o diabetes gestacional (DMG). O primeiro, mais comum em crianças e adolescentes, é, geralmente, autoimune. Isso quer dizer que o próprio sistema imunológico destrói as células que produzem insulina, levando a uma deficiência na produção desse hormônio. O segundo é o mais comum na população adulta e idosa e pode ser evitado, já que se desenvolve, principalmente, entre em indivíduos com obesidade e/ou síndrome metabólica (hipertensão arterial, níveis de triglicérides elevados e circunferência abdominal aumentada). Neste caso, a insulina não “funciona bem” (a chamada resistência insulínica) ou ocorre uma deficiência parcial na sua secreção.
Já a diabetes gestacional ocorre, normalmente, por conta de uma resistência à insulina ocasionada pelo aumento da produção de hormônios pela placenta ou pela diminuição da produção de insulina pelo pâncreas. Alguns fatores de risco aumentam as probabilidades, como sobrepeso ou pré-diabetes. A condição deve ser tratada pelo obstetra para evitar complicações para a mãe e o bebê, mas, na maioria das vezes, desaparece após o parto.
“É possível evitar, ou pelo menos retardar, o desenvolvimento do DM2, adotando um estilo de vida mais saudável, o que envolve, principalmente, hábitos alimentares adequados e atividade física regular (mínimo de 150 minutos/semana). No caso do DM1, infelizmente, ainda não é possível evitá-lo, mas há pesquisadores trabalhando com células tronco e imunoterapia, trazendo alguma esperança para aquelas pessoas que têm predisposição a este tipo de diabetes”, afirma a médica Daniela Rodrigues.
É preciso prestar atenção aos sintomas. Entre eles, emagrecimento sem causa aparente, muita sede e vontade frequente de urinar, além de cansaço, visão turva e fome. No tipo 1, esses sintomas surgem de forma abrupta em grande parte dos casos. Já o 2 é, inicialmente, assintomático, podendo levar até anos para que os sintomas apareçam. O diagnóstico consiste em identificar, com exames de sangue, uma hiperglicemia (excesso de açúcar no sangue).
Quando o exame detecta um pré-diabetes, condição que sinaliza uma chance aumentada (50%) de desenvolvimento da doença no futuro, a mudança de hábitos precisa ser realizada o quanto antes. Ter alimentação saudável e acabar com o sedentarismo são o caminho para se desviar da doença.
Em relação aos tratamentos, no caso da diabetes tipo 1, o único possível é com insulina, já que não há mais a produção dessa substância pelo organismo. No tipo 2, o tratamento pode ser feito com os chamados antidiabéticos orais (medicamentos que melhoram a função/liberação da insulina do próprio paciente ou excretam o açúcar excedente pela urina), mas há casos em que a insulina também se torna necessária. De qualquer forma, os hábitos saudáveis de vida (alimentação e atividade física) são essenciais. A falta de tratamento traz graves consequências.
“As principais consequências observadas na falta de tratamento adequado são as doenças cardiovasculares (infarto e AVC), falência dos rins, perda da visão e as neuropatias. Essas neuropatias podem causar impotência sexual, dores e perda da sensibilidade de extremidades, principalmente pés e pernas, o que ocasiona infecções e gangrenas, tornando-se necessário, em alguns casos, a amputação dos membros acometidos”, explica a médica.
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